Parkside – Uma Perspectiva Histórica

Parkside é a milha (1,61 km) quadrada mais densamente povoada e com maior diversidade étnica do estado de Maine. Uma das primeiras partes da península de Portland a ser povoada, mas uma das últimas a ser desenvolvida. Cada estágio da colonização europeia de Portland - das batalhas entre os colonizadores e os nativos americanos à chegada de refugiados e imigrantes do mundo - deixou sua marca em Parkside. Em muitos aspectos, a história do bairro Parkside é como se fosse a história em miniatura de um Maine em mudança.

Já no século 20, Parkside era formada por campos inclinados e bosques densos que margeiam as áreas pantanosas de Back Cove. Aqui, próximo a um riacho (atualmente as quadras de tênis no Deering Oaks), em setembro de 1689, o Major Benjamin Church lutou contra um movimento de Franceses e indios nativos Americanos. A área era tão remota que, mesmo um século depois, em 1790, Bramhall Hill foi usada para o enforcamento público do assassino Thomas Bird, o primeiro caso de pena de morte nos Estados Unidos segundo os termos da então nova constituição.

Por mais de 80 anos, a família Deering foi proprietária dessas pastagens abaixo da Back Street (atualmente Congress Street), a primeira grande rota terrestre de Portland fora da península. Perto dali, a Deering Street foi construída na década de 1850, enchendo-se de belas casas de famílias que fizeram fortuna ao longo da antiga orla marítima da Fore Street. Após o “Grande Incêndio” de 1866, a cidade passou a ter grande interesse nessas terras abertas ao passo que a parte agitada da cidade se reconstruía a oeste da antiga península. Na década de 1870, as avenidas Grant e Sherman (agora "ruas") foram projectadas e abrigaram os prédios residenciais de três andares que se tornaram o lar de Irlandeses, Italianos e Franco-Canadenses que vieram para trabalhar nas fábricas e indústrias de uma agitada cidade em crescimento.

Para atender suas necessidades espirituais, as torres gêmeas barrocas da Igreja (Coração Sagrado) Sacred Heart (1896), projetadas por Portland Francis Fasset, ergueram-se acima da alameda arenosa que era a Mellen Street. Em 1879, a família Deering concedeu o título de Portland a “Deering's Oaks”, preservando 50 (hectares) acres de vegetação aberta e lagoas ao lado das ferrovias barulhentas até a Union Station (1888).

Ainda em 1913, o show do Oeste Selvagem de Buffalo Bills foi montado nos campos abertos abaixo da High Street (actualmente, onde se localiza a agência dos correios na Forest Avenue). Mas, na década de 1920, os últimos lotes da Park Avenue já continham edifícios de vários andares de tijolo e madeira, localizados de frente aos antigos carvalhos de Deering. Assim nasceu o bairro Parkside como o conhecemos.

Muitas figuras notáveis de Maine moraram em Parkside, incluindo o cruzado e General da Guerra Civil Neal Dow, o Prefeito de Portland James Phinney Baxter e seu filho, o Governador de Maine Percival P. Baxter, o Presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos Thomas Brackett Reed e a líder sufragista, Florence Brooks Whitehouse.

Atualmente, mais de 4.000 pessoas vivem e trabalham dentro de uma milha (1,61 Km) quadrada de Parkside, muitos deles Asiáticos, Africanos, do Oriente Médio, da europa central e oriental, e um arco-íris de outras nacionalidades - recém-chegados, como os seus predecessores um século atrás, atraídos à promessa de um nova vida em um novo país. Para eles, asim como para muitos antes, Parkside é o primeiro degrau na escada da vida americana.

“As madeiras de Deering são frescas e boas” escreveu Longfellow em 1855. “Meu coração volta a perambular lá...” Para as gerações passadas e presentes de Parksiders, as torres gêmeas da Igreja (Coração Sagrado) Sacred Heart ainda se erguem acima dos espaços verdes de Deering Oaks, ligações direta para o passado histórico e o futuro promissor de Parkside.

– Herbert Adams, Sherman Street, 1997 CE